Campinas terá Centro Dia e projetos em cultura, saúde e ação social para idosos

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Visão geral da avenida Francisco Glicério, centro de Campinas: melhorar a mobilidade para idosos é um dos grandes desafios (Foto Adriano Rosa)

Por José Pedro Soares Martins

O município de Campinas terá o seu primeiro Centro Dia para idosos em situação de dependência e vulnerabilidade social. Além disso, a população idosa contará com projetos específicos em saúde, assistência social e cultura, visando contribuir com a qualidade de vida e um envelhecimento ativo. Estas duas ações, que estão sendo estruturadas no âmbito do Conselho Municipal do Idoso, serão anunciadas e discutidas nos próximos dias 28 e 29 de março, quinta e sexta-feiras, durante a 8ª Conferência Municipal de Pessoa Idosa, que acontecerá no Centro de Convenções da Unicamp.

Como explica a presidente do Conselho Municipal do Idoso (CMI), Silvia Jeni Brito, as duas ações integram um conjunto de medidas que vêm sendo debatidas entre o poder público e a sociedade civil, como forma de dar respostas mais efetivas aos múltiplos desafios representados pelo rápido aumento da expectativa de vida, fenômeno em curso em Campinas como em todo Brasil. “Este processo já ocorreu em outros países, que no entanto se prepararam melhor. Nos Estados Unidos, há 30 anos, eu vi ônibus com plataformas para acesso da população idosa e cidadãos com deficiência. O Brasil não está se preparando de forma adequada para a longevidade, que está ocorrendo de forma muito rápida”, destaca Silvia.

Silvia Brito
Silvia Jeni Brito, presidente do Conselho Municipal do Idoso: envelhecimento está acontecendo de forma muito rápida no Brasil (Foto José Pedro S.Martins)

Os números confirmam a inquietação da presidente do CMI. Em 1991 Campinas tinha 43.748 moradores com mais de 65 anos, correspondendo a 5,17% da população. Em 2000 o contingente de idosos já era de 63.368, ou 6,54% da população. Em 2010 já eram 91.518 idosos, ou 8,47% da população. Hoje são 99.534 cidadãos com mais de 65 anos, incluindo 131 centenários.

Ações em curso – O Centro Dia, informa Silvia, receberá investimentos de cerca de R$ 2 milhões, para instalação em uma área no Jardim Icaraí, na Região Sul do Município, onde é relevante a demanda para o serviço. O Centro Dia é um equipamento concebido para receber os idosos em situação de dependência e vulnerabilidade social. Atualmente, o município mantém convênios com instituições da rede privada para atender esses cidadãos, mas são apenas 100 vagas existentes.

A construção do Centro Dia é uma obra específica, mas o Conselho Municipal do Idoso também está debatendo e colocando em prática iniciativas para a população idosa de modo geral. Uma delas é a realização de um censo para identificação do número exato de idosos (população acima de 65 anos), como eles utilizam, ou não, os serviços públicos, quais são, enfim, as suas principais demandas visando um envelhecimento ativo e uma longevidade com qualidade. O “Diagnóstico da Pessoa Idosa no Município de Campinas” será conduzido por uma organização social já contratada, por meio de licitação.

Também está na fase final de elaboração, informa Silvia Brito, um edital para futura contratação de projetos em assistência social, saúde e cultura, entre outras áreas, voltados para a população idosa. “O Estatuto do Idoso, que entrou em vigor em 1º de outubro de 2003, acaba portanto de completar 15 anos, e nele estão previstos vários direitos que ainda não são observados em sua integralidade no país. Temos alguns avanços como gratuidades ou meia entrada em cinemas e transporte público, mas falta muito mais para dar dignidade, principalmente para aquela população idosa invisível, que ainda não consegue vivenciar de forma plena a sua cidadania”, completa a presidente do Conselho Municipal do Idoso de Campinas.

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