Aumentou a dependência à renda de idosos na Região Metropolitana de Campinas

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Grande expectativa com relação ao Censo de 2020, para verificar estado da desigualdade na RMC e no Brasil (Foto Adriano Rosa)

Há uma grande expectativa em relação aos resultados do Censo de 2020, para comparar com os indicadores das pesquisas anteriores. Entre 2000 e 2010 houve uma melhora generalizada nos indicadores sociais no país, mas com o agravamento da crise econômica e política a probabilidade é enorme de retrocessos no próximo Censo do IBGE, apontando para o desrespeito aos direitos básicos de cidadania no Brasil.

Com relação à Região Metropolitana de Campinas (RMC), formada por 20 municípios e com mais de 3,5 milhões de moradores, um ponto em especial refere-se à situação dos idosos no próximo Censo de 2020. Entre 2000 e 2010, houve a redução da maioria dos índices de pobreza e vulnerabilidade na RMC, mas tinha aumentado a dependência à renda dos idosos entre os mais vulneráveis. Os dados estão no Atlas do Desenvolvimento Humano das Regiões Metropolitanas, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

De acordo com o Atlas, a proporção de pessoas vulneráveis à pobreza caiu de 20,18% em 2000 para 10,90% da população da RMC em 2010. Neste período, a população total da Região aumentou de 2.338.384 para 2.797.137, segundo o Censo do IBGE, cujos dados foram utilizados para a confecção do Atlas do Desenvolvimento Humano das Regiões Metropolitanas e para compor o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) pelo PNUD. O Atlas resulta de parceria entre o PNUD, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro (FJP).

A proporção de pobres caiu de 6,49% para 2,74% na Região Metropolitana de Campinas, e a dos extremamente pobres, de 1,46% para 0,73%. A proporção de pessoas de 18 anos ou mais sem ensino fundamental completo e em ocupação informal declinou, de 36,13% para 23,75%, e a de crianças vulneráveis à pobreza caiu de 31,61% para 19,97%.

As melhores médias em 2010 continuam, entretanto, escondendo as enormes disparidades entre bairros da RMC. Em 2010 ainda havia bairros com 37,69% de pessoas vulneráveis à pobreza, 12,43% de pobres, 40,38% de pessoas de 18 anos ou mais sem ensino fundamental e com 52,10% de crianças vulneráveis à pobreza, um índice altíssimo.

Um dos únicos indicadores em houve piora foi no caso de pessoas vulneráveis e dependentes de idosos. A proporção subiu de 52,11% em 2000 para 70,74% em 2010. Há bairros/regiões em que a dependência de vulneráveis à renda de idosos chega a 100%.

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